terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

EMPREENDEDOR

Algumas pessoas têm me questionado a respeito do conceito “empreender”. Tenho notado que associam este termo com a palavra “empresário” como se fosse um sinônimo. É importante lembrar que isto não é uma verdade. Poucos empresários são empreendedores, já encontrei empresas onde o colaborador é mais empreendedor que o patrão.

Afinal o que significa empreender? Existem duas características que determinam o perfil do empreendedor, e sem elas não é possível se dizer empreendedor: em primeiro lugar o empreendedor tem que ser uma pessoa de visão estratégica, ter a capacidade de ver oportunidades e se estruturar para alcançá-las; em segundo lugar ter o espírito de liderança, que se traduz na capacidade de levar as pessoas que estão ao seu redor em direção à oportunidade vislumbrada pelo empreendedor.

Existem outros aspectos que complementam o perfil do empreendedor. Podemos começar com a capacidade de correr riscos. Um empreendedor é uma pessoa ousada, pois sabe lidar com o sucesso, mas também com a possibilidade de fracasso.

No Brasil existem 36 milhões de pessoas envolvidas em alguma atividade empreendedora. Segundo a pesquisa GEM (Global Entrepreneurship Monitor), realizada em 2012, são dois os aspectos que despertam o empreendedorismo, 69,2% dos empreendedores brasileiros por oportunidades de negócio e os demais por necessidade.

É importante lembrar que nem todos os negócios sobreviverão: somente os empreendedores, ou seja, aqueles que tiverem uma base bem fundamentada e procurarem manter uma formação continuada.

Vorneis de Lucia
Presidente do Instituto Pro Humanitas


segunda-feira, 28 de abril de 2014

A ARTE DE APRENDER

É comum encontrar entre os empreendedores a visão pessimista de que já não têm mais idade para aprender, ou a de que os colaboradores não são capazes de aprender, pois já tentaram de tudo e nada deu certo.

Pavlov diz que até os cachorros são capazes de aprender. Realizou uma série de experiências e conseguiu provar que os cachorros conseguem, através de estímulos, reagir e mudar os seus comportamentos. Está certo que este tipo de aprendizado é totalmente diferente da forma como o ser humano aprende, pois os seres humanos são dotados de inteligência, vontade e liberdade, enquanto que nos animais a aprendizagem só é possível através do adestramento.

O ser humano só aprende quando ele quer aprender, ninguém é capaz de forçar ou aprender por ele. O ato de aprender é individual e intransferível.

Podemos aprender pela experiência adquirida ao longo dos anos. Esta é uma das formas de se adquirir conhecimento, mas não pode ser a única. Se todas as pessoas seguissem esta única forma de adquirir conhecimento, os médicos teriam de contrair todas as doenças para exercer a sua profissão, um advogado teria que ser processado durante toda a sua vida para saber defender alguém, um empresário teria que passar toda a sua vida administrando uma empresa para saber administração...

Existe um conhecimento acumulado que podemos ter acesso, mas este conhecimento só está disponível para quem quer, para quem o busca. Eu não preciso esperar a minha empresa quebrar para ter este conhecimento. Outros já quebraram antes, e posso aprender com seus erros.

Entre os acadêmicos se diz que: “Aprender é a ocupação mais universal e importante do homem” e que “a capacidade de aprender é o dom inato mais significativo que o homem possui”.

Vorneis de Lucia
Presidente do Instituto Pro Humanitas



A ARTE DE NEGOCIAR

Saber conduzir uma boa negociação é uma arte, e o empreendedor tem que ser hábil nesta arte.

Em um processo de negociação encontraremos idéias, interesses ou até mesmo objetivos divergentes. O bom negociador sabe conduzir o diálogo de forma a fazer com que todos os envolvidos tenham a oportunidade de se manifestar e de perceber que foram ouvidos pelos demais.

O bom negociador sabe conduzir tecnicamente a negociação e tem sob controle todas as etapas necessárias. Conhece com profundidade os interesses das pessoas que fazem parte da negociação e seus perfis caracterológicos. Tem consciência dos seus limites para atingir o objetivo da negociação.

Cada negociador tem o seu estilo e, como não existe o melhor estilo, o bom negociador sabe aplicar o seu estilo respeitando o do outro. É flexível e criativo no apresentar de novos argumentos conforme vai se desenvolvendo a negociação.

O negociador de sucesso sabe desenvolver ao longo da negociação a sua credibilidade, coerência e demonstrar sinceridade.

Sabe separar as pessoas dos problemas, não se deixa enganar pelas aparências. Isto me lembrou uma passagem do livro Crime e Castigo de Dostoievski, quando a mãe orienta a seu filho de como deve proceder ao encontrar o noivo de sua irmã “... peço-te, querido Rodka, que, quando te encontrares com ele, em Petersburgo, o que se dará muito em breve, não julgues levianamente nem apaixonadamente, como costumas fazer com tudo, se à primeira vista houver nele qualquer coisa que não te agrade.”

O bom negociador é prudente.

Vorneis de Lucia
Presidente do Instituto Pro Humanitas


A LÍNGUA

Certa vez estava analisando com um empreendedor o comportamento de certos colaboradores que dedicavam parte do seu tempo para falar mal dos próprios colegas. Estas pessoas, que passam o tempo observando o comportamento dos outros e depois em conversa de corredor, ou no banheiro, procuram difamar ou caluniar as pessoas. Não percebem o mal que podem estar cometendo, acham que são conversas inocentes e que não há mal algum nisto.

São pessoas que têm o mau hábito de fazer mau juízo de seus colegas de trabalho, demonstrando atitudes de menosprezo e antipatia, de desconfiança, com comentários do tipo: “esta é fingida”, “fulano é puxa saco”, “tal pessoa é desonesta” , “beltrano está tramando alguma coisa...”, ficam murmurando até chegar na calúnia.

Para quem acha que este tipo de comportamento não tem maldade, quero que saiba que este tipo de pessoa está cometendo o pior ROUBO que pode existir. Está roubando o que há de maior valor na pessoa, a sua HONRA, A BOA FAMA, A DIGNIDADE.

O que pode levar a pessoa a este tipo de comportamento? O primeiro motivo é a covardia, ou seja, o medo de enfrentar a verdade. Não é capaz de conversar com a pessoa de quem está falando e resolver as suas queixas. O outro motivo é a vaidade, que nos leva a mentir, na intenção de sair engrandecido, enfeita e aumenta os fatos. Um terceiro motivo é o interesse egoísta, acha que vale tudo para alcançar vantagens, ou melhorar o relacionamento com outras pessoas.

Uma coisa é certa, este mal não é do nosso século, isto vem acompanhando a humanidade a milênios. Para aqueles que querem persistir neste erro vamos finalizar com um ensinamento de Jesus Cristo: “Uma árvore boa não dá frutos maus, uma árvore má não dá bom fruto, porquanto cada árvore se conhece pelo seu fruto. Não se colhem figos dos espinheiros, nem se apanham uvas dos abrolhos. O homem bom tira coisas boas do bom tesouro do seu coração, e o homem mau tira coisas más do seu mau tesouro, porque a boca fala daquilo de que o coração está cheio” (Lc 6, 43-45).

Você empreendedor preocupe-se com o que tem no coração de seu colaborador, pois isto é o que brotará de sua boca quando você menos esperar.

Vorneis de Lucia
Presidente do Instituto Pro Humanitas


ACREDITAR EM MILAGRES

Vou relatar um caso de uma consultoria que dei a uma empresa que se encontrava em uma situação muito difícil. Decisões precisavam ser tomadas, vícios eliminados ou a empresa entraria em concordata.

Durante uma reunião onde estávamos fazendo uma relação dos problemas e definindo ações, o cliente sabendo que sou uma pessoa com muita fé em Deus, colocou a seguinte observação: “Só um milagre me tira desta, você que tem mais fé que eu reze por mim”.

Muito interessante esta observação. Fiquei muito tocado e ao mesmo tempo em que lhe dei consultoria também rezamos, pois o problema realmente era muito difícil de ser solucionado. Consultor é como médico, depois que cura um, lá vem outro, e se não tem Deus no coração não agüenta a pressão.

Podemos contar com milagres nestes momentos difíceis? É claro que podemos, mas temos que saber ver a “mão de Deus”.

Quando as pessoas rezam, pedem a Deus para que elimine as dívidas ou dobre o faturamento. Quando isto não acontece é porque Deus não os ajudou.

Estas pessoas não conseguem ver a “mão de Deus” nas pequenas coisas. Rezam e Deus por intermédio de alguém lhes coloca um livro para ler, mas não lêem alegando falta de tempo. Continuam a rezar, e Deus lhes mostra a oportunidade de um curso e novamente não tem tempo. Deus lhe dá paz interior para refletir sobre o problema, e neste momento dizem: “Vou aproveitar para tomar uma cerveja com os amigos, afinal ninguém é de ferro”.

Quantos e quantos milagres Deus realiza diariamente em nossas vidas, e não percebemos ou ignoramos?

Será que neste momento Deus não estará realizando algum milagre na minha vida? Grandes milagres acontecem de vez em quando, mas pequenos milagres acontecem a todo o momento, pois Deus está conosco por 24 horas do dia. Será que eu estou 24 horas com Deus? Você só se lembra de Deus quando tem problemas?

Vorneis de Lucia
Presidente do Instituto Pro Humanitas


ACREDITAR EM SI

Tenho encontrado uma série de empreendedores com baixa auto estima, pessoas que para tomar uma decisão ficam pesando no que vão pensar a seu respeito, ou no que vão falar, e não nos elementos que dispõem para a tomada de decisão.

No que você acredita, quais são os valores que você defende? Estas pessoas estão perdidas, não têm um referencial em que se apoiar, dependem pura e exclusivamente da opinião de outras pessoas, não são capazes de tomar uma decisão e arcar com as conseqüências da decisão tomada, ou seja, são pessoas inseguras.

Para desenvolver a confiança em si mesmo, requer tempo e esforço, tem que ter um ideal de vida muito claro, e saber gastar este tempo e energia no que acredita.

Uma pessoa que se sente segura de si mesma, atua como se o êxito fosse o único resultado possível de qualquer tarefa ou projeto que participe. Esta pessoa não perde tempo, dedica todos os seus esforços unicamente nas situações que necessitam de mudança.

Quando esta pessoa comete algum erro, admite e prossegue em outros assuntos. Aprende com os seus erros e sabe voltar atrás em suas decisões ao adquirir novos conhecimentos.

Uma pessoa que tem confiança em si sabe apreciar os seus dons, e sabe que estes dons não são somente para ela, sabe compartilhar.

Não há nada mais destrutivo à confiança em si mesmo que se mostrar demasiadamente sensível ao que os outros pensam a seu respeito. Uma pessoa que espera a aprovação do que deve pensar ou fazer abre a porta para perder a sua auto confiança.

Uma pessoa com auto confiança decide e atua com base no que crê que é correto e justo e será um líder ao invés de um liderado.

Uma pessoa que tem confiança em si é autentica e desta forma conseguirá admiradores, e isto é mais importante que ficar a mercê das opiniões dos demais para poder fazer alguma coisa.

Vorneis de Lucia
Presidente do Instituto Pro Humanitas


ADMINISTRAÇÃO DO TEMPO

Vamos discutir como administrar melhor o nosso tempo.

Em primeiro lugar temos que aprender a valorizar este tempo, aprender a olhar para traz e observar quanto tempo tenho gasto em atividades não condizentes com a minha função. Para isso devemos ter registro histórico do que fazemos ao longo dos anos.

Tenho que aprender a diferenciar o “urgente” do “importante”, muitas vezes nos deixamos envolver e passamos o dia resolvendo coisas urgentes. É correto fazer isso, e temos a responsabilidade de resolver todos os problemas, afinal de conta é urgente e não pode esperar.

Por outro lado, existem coisas que não são importantes e tomam muito tempo, e por falta de critério de seleção, nos deixamos envolver por estas atividades pouco importantes porém urgentes.

O critério de importância tem que ser muito bem definido, temos a tendência de confundir a empresa com a nossa pessoa. O que é importante para a empresa, não é necessariamente importante para nós. É nesse momento que devemos fazer a devida distribuição de atividades entre eu, meu sócio e meus colaboradores, e desta forma o meu colaborador irá prestar uma grande colaboração, executará aquela atividade urgente, porém não importante para mim, liberando tempo para que eu possa me dedicar a coisas efetivamente importantes para a realização da minha função.

E quando eu não tenho para quem delegar determinadas atividades urgentes e não importantes? Neste momento tenho que aprender a dizer não. É importante lembrar que o bem mais precioso é o tempo, dinheiro se consegue, funcionário se contrata, mas o tempo mal empregado, este você não recupera e a cada dia você só terá o mesmo tempo, e desta forma terá que fazer mais no mesmo tempo e se tentar aumentar o tempo, estará invadindo fronteiras cujo perigo a médio e longo prazo poderá lhe trazer problemas de saúde, social e familiar.

Agora, o mais perigoso é gastar este tempo tão precioso em coisas “não importantes” e “não urgentes”, isto demonstra uma desorganização muito grande, e uma falta de responsabilidade. Devemos fugir deste tipo de atividade com todas as nossas forças.

Administrar bem o tempo demonstra disciplina e equilíbrio, a forma como você vê o seu tempo é a forma como você o passará. Um empreendedor estrategista sabe que o tempo é um bem muito valioso para desperdiçá-lo em coisas “não importantes” para o seu negócio.

Vamos encerrar este artigo com uma frase de Peter Drucker:

“As pessoas não vivem voltadas para os problemas, elas vivem voltadas para as oportunidades.”


Vorneis de Lucia
Presidente do Instituto Pro Humanitas